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terça-feira, 28 de junho de 2011

Chegou o São João! Ou será mais um carnaval?



Logo que passa o carnaval, já sentimos uma vontade de dançar forró. É o clima de festas juninas chegando. Musicalmente falando, é a época do tradicional forró pé-de-serra, xotes, samba-coco, reizado e os baiões, cultivada por grandes nomes da música popular que tem como ícone maior Luiz Gonzaga.
Mas essa tradição predominante no Nordeste, nos últimos 15 anos, tem passado por transformações. O típico forró pé-de-serra está perdendo espaço para o forró cheio de guitarras e baixos (eletrônicos) e a explosão do sertanejo tem predominado na maioria das festas. Além disso, de tempos pra cá, tem sido cada vez mais comum as festas juninas se transformarem em mais um carnaval com as festas de camisa. Hoje as festas disputadas são aquelas tipo o Forró do Bosque, realizado em Cruz das Almas, que este ano todas as atrações são sertanejas e do axé, e nenhuma o tradicional forró. Ou seja, a música que caracteriza a região tem perdido espaço para outros ritmos.  Podemos dizer, então, que as festas têm decaído em qualidade musical?
A diversidade no Brasil é grande. A cada dia que passa um novo estilo musical surge, e assim como tudo no mundo, a música se transforma e adapta ao momento. O que acontece no São João, atualmente, é uma grande mistura, deixando de lado o forró. Assim como devemos receber os novos estilos, também se deve preservar o que já existe. Além do mais, o forró trouxe uma contribuição para a música brasileira. É a tradicional música nordestina, que inicialmente expressava a situação de seca, e ao mesmo tempo, a alegria da fartura e a chuva, mesmo que tardia.
Bom, então podemos dizer que, a qualidade musical das festas juninas não decaiu, no entanto, as músicas tocadas nessa época não mais representam o espírito original das festas. Não é necessário modificar as festas, porque durante o ano há espaço para todos os estilos e eventos populares. O turismo no Nordeste é forte, principalmente pela cultura junina cultivada, o que movimenta todos os outros setores. Portanto, impor um estilo não é o correto como vem acontecendo na Paraíba, onde o secretário de cultura Chico César decidiu patrocinar somente as bandas de forró pé-de-serra. Respeitar os diversos gostos é necessário. Mas por outro lado, em uma festa tão tradicional e esperada deve-se preservar a cultura, não se esquecendo de abranger estilos derivados, que de uma forma ou outra também carregam algum vestígio do tradicional forró, de onde surgiram. 
Discussões como essa sempre existiram, porém não podemos deixar que o espírito junino fique de lado. Portanto, o que nos resta, com qualidade musical ou não, é procurar um lugar aconchegante com um forró para dançar agarradinho, e saborear as delícias típicas da época, nessa terra tão boa. Combinação irresistível, não é? 

 Texto publicado na segunda edição do Informativo GBJ, jornal em que sou colunista, e escrevo sobre música. 
Segue o link, da versão do jornal online.

 
Embreve edição de Julho !

Aguardem!

Um comentário:

  1. Confesso que começei a ler imaginando que seria mais uma pessoa a criticar as mudanças que acontecem nas festas e blá blá blá, mas gostei de ver a sensata opinião de respeitar as tradições e além disso incorporar também as novas práticas musicais surgidas nos últimos 15 anos... além do mais o que tá hoje também não será eterno, já imaginaram daqui a 40 anos o pessoal das festas de camisa relembrando... "ah, tempo bom era aquele onde calcinha preta e aviões do forró faziam forró eletrônico de verdade... kkk" pois é, o mundo sempre muda, só temos certeza disso, e impor um estilo como está aí dizendo q aconteceu na paraíba acho q faz é enfraquecer a imagem do forró parecendo q precisa disso pra se manter... no carnaval de salvador tem lugar pra aviões em trio elétrico, no carnaval de juazeiro tem lugar pra targino gondim e adelmário coelho no trio e isso n prejudica em nada o axé, então pra que pensar q o forró tem que ficar com medo e depender de proteção... é isso, como dito anteriormente o mundo muda e sempre vai mudar.

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