2012, eis o ano em que a palavra greve domina totalmente.
Mas o que é greve? Ao meu ver, é um direito do trabalhador. Estamos em Junho, e
já perdemos a conta de quantas greves aconteceram, de quantos escândalos
políticos apareceram, e a única coisa que passa pela a minha cabeça é: que país
é este? Que cidadão estou me tornando?
Nós não podemos mais sair de casa preocupados, pois
pensamos nos roubos ou algo mais que pode acontecer.
Esse ano, ainda enfrentamos greve da polícia pra
complicar ainda mais a situação. Agora são greves a todo tempo: greve dos
professores da rede estatual, dos professores da rede particular, dos
professores das universidades federais. O que mais vai entrar em greve? Se eu
entrar em greve ninguém nem vai notar, mas porque falam tanto que nós jovens
somos o futuro? Pois eu me recuso a ser. Aos meus 20 anos de idade, me sinto
desmotivada a lutar pelo meu país, olha que engraçado. Tanta hipocrisia. Os
governantes fingem que fazem por nós e nós fingimos que está tudo bem, até que
chega um momento crítico e todas as greves explodem de uma vez, e advinha quem
é o maior prejudicado? O cidadão! Aquele que segundo o art. 205 do Capítulo III
da Constituição, é formado cidadão na escola. Que escola, se está em greve???
Como chegar lá, se o transporte público parou? Ah, agora tá funcionando, mas
agora é R$2,80, a meia R$1,40, só que nem todos têm esse dinheiro, muitos não
têm nem o dinheiro pra comer, portanto tá difícil chegar na escola. E sonho
desse futuro cidadão de ser um profissional através das universidades tá
difícil. Quem não tem dinheiro, tem que cursar o ensino público e sem qualidade
os resultados são poucos, mas pra que universidade se a gente sonha tanto em
entrar numa federal ou estadual e elas vivem em greve.
A realidade brasileira é triste! “Rico ficando cada vez
mais ricos e pobres, ficando cada vez mais pobres.” Numa época em que um quilo
de feijão custa mais de R$ 6,00, e o transporte público ainda fica mais caro,
fica difícil né?! Ou a gente come, ou estuda, e as vezes muita gente ñ pode fazer nenhum. Como vou
querer salvar todos, ser o futuro desse jeito. Vivemos a política do pão e
circo, onde quem dá aquilo que se é de direito leva o voto, ainda, e nós
dizemos que evoluímos. Não, nós não evoluímos. Me vejo presa ao medo da
violência, e indignada com o que acontece, mas sem fazer nada. Só falo, falo e
falo e não faço nada, assim como praticamente todo mundo. Agora não posso
estudar. Sofri a vida toda, aos troncos e barrancos estudando em escola
pública, com aulas vagas e greves. Quantas vezes eu fui triste pra casa,
imaginando o vestibular que provavelmente eu não passaria... muitas vezes
mesmo.
Mas, eu lutei, varei madrugadas, economizei cada centavo,
fiz a minha família dividir “o pão” com a minha educação e eu consegui entrar
em universidade federal, mas pra que? Estudo numa estrutura física VERGONHOSA,
isso é decepcionante pra quem sonhou a vida toda com essa faculdade. E agora me
vejo em meio a uma greve, eu sei, é um direito dos trabalhadores, de toda uma
classe. Mas será que resolve? Quem será que mais sai ganhando com essa
situação, porque eu tenho certeza que não sou eu?! E a vida do “cidadão
brasileiro” é assim, quando eu me formar, serei mais uma profissional a fazer
greves e mais greves e nada será resolvido, e até lá com certeza o salários dos
deputados estará ainda maior e pobre, provavelmente mais pobre, porque pra
esses ninguém olha.
Nem vou revisar esse texto, para mostrar que eu, você e
todos têm o direito a educação. Se tem algo errado, provavelmente é porque no
dia da aula de português teve greve!
Escreve esse texto no meu blog sobre música, porque sem
educação não há música, aliás a música faz parte da educação!
Pessoal, o direito à comida, educação, segurança,
transporte público é o mínimo, temos que lutar por isso!
Até a próxima, se o dinheiro der pra pagar a passagem e não tiver greve, amanhã vou pra faculdade!